Nesta quinta-feira (29), o Ministério da Saúde ratificou o compromisso com a Organização Mundial da Saúde (OMS) onde o país se compromete a contribuir para a diminuição da incidência de tuberculose na população mundial.
Atualmente, a cada 100 mil habitantes, 33 têm tuberculose . O objetivo é que o coeficiente mude para menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035. A meta também inclui a redução da mortalidade para menos de um caso a cada 100 mil pessoas.
O anúncio foi feito durante a 15º Edição da Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), durante o lançamento do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, apresentado pela pasta.
“Esse plano foi elaborado com o objetivo de subsidiar os coordenadores dos programas locais no cumprimento das metas que estão em consonância com o plano da OMS . O documento está alinhado com as políticas do SUS e é um grande avanço para mudar os paradigmas do Programa Nacional de Controle da Tuberculose”, destacou a coordenadora do Programa Nacional de combate à tuberculose, Denise Arakaki, nesta quinta-feira, durante o seu lançamento.
Para alcançar o patamar estipulado pela OMS, o governo contará com o apoio de três pilares. O primeiro será relacionado à prevenção e cuidado integrado centrado no paciente, determinando melhorias no diagnóstico precoce, tratamento adequado e intensificação da prevenção.
O segundo é sobre as politicas públicas e sistema de apoio, para fortalecer da participação da população nas estratégias que serão usadas para combater a doença. O último pilar será voltado para pesquisas e inovação, com novas parcerias do governo para realização e incorporação das iniciativas.
Estratégias
Para facilitar os resultados das medidas que ainda deverão ser elaboradas, os municípios brasileiros foram divididos em dois grupos e oito subgrupos, de acordo com os indicadores socioeconômicos das cidades, associados aos índices de tuberculose.
“É um desafio para o Brasil a elevada disparidade socioeconômica e operacional dos municípios. A definição dos grupos deve apoiar os coordenadores de programas na compreensão da realidade local e na elaboração de planos de trabalho, além da otimização dos recursos disponíveis”, explicou Denise.
HIV
Ações para pessoas com tuberculose associadas ao HIV também serão elaboradas, já que a doença é uma das principais causas de óbitos em pacientes com esse vírus. Só em 2015, considerando todo o território nacional, 6,8 mil pessoas que vivem com o vírus HIV adquiriram a enfermidade. Dentre os que apresentaram diagnóstico confirmado de tuberculose, 9,4% tiveram coinfecção por HIV em 2016.
Entre as iniciativas que serão adotadas estarão a testagem de HIV para todas as pessoas diagnosticadas com a doença e encaminhar o início do tratamento para todos os pacientes que tiverem seus resultados positivos e a criação de grupos de trabalho para planejar outras ações em conjunto.
O Brasil, em 2016, foram registrados 69,5 mil casos novos de tuberculose no Brasil. Os estados com maior incidência foram Amazonas e Rio de janeiro, com coeficientes de 68,2 e 63,8 casos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
No entanto, considerando o período de 2006 a 2015, o índice de mortalidade da doença apresentou queda de 11,5%. Há dois anos, o país chegou a registrar 4,6 mil óbitos por conta da doença. No mesmo ano, essa foi a enfermidade infecciosa que mais causou mortes no âmbito global.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer pessoa com esse sinal deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas, privada de liberdade, os que vivem em situação de rua – estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -, além das pessoas que têm HIV.
Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/2017-06-29/tuberculose.html